Faith No More - Real Thing

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Em 1990, o rock n´ roll passava por uma fase de transição equivalente ao abismo entre as grandes navegações e o Iluminismo - um hiato, profundo, obscuro e inóspito que limitava o glam festeiro e inconsequente dos anos 80 e o mundo pós-muro da década seguinte. O assalto do grunge e o fim das plumas e paetês simbolizavam a retomada da sonora do desolamento; da aridez sonora em contraste com a pálida felicidade dos anos preliminares ao novo milênio.


Na qualidade de efeito colateral, bandas egressas dos anos 80, em conluio com o underground daqueles tempos, traziam novos elementos ao ph do rock n'roll essencial: as misturas com o som negro voltavam a moda; no lugar das competições olímpicas por velocidade, o groove do gueto entrava na ordem do dia, estimulando a reversão sonora de anos atrás- quando o som de JAMES BROWN e WILSON PICKETT abordava as incautas naus carregadas de uma pegada esbranquiçada e, aquela altura, estéril e descartável.

Em 1989, o FAITH NO MORE carregava a bandeira do gueto e, munido de um novo vocalista, trouxe ao mundo "The Real Thing". Longe do vanguardismo, mas atento aos novos ares, o disco provou que o thrash, o hip – hop das ruas, e as barricadas das FM's daqueles tempos podiam render frutos saborosos.

"Surprise, You're Dead" e "Zombie Eaters" possuíam o mesmo efeito de uma luta do UFC nos dias atuais: enquanto o despreparado ouvinte se recuperava de um thrash de primeira linha, era absorvido pelo "new psicodelismo da Era de Aquário" da banda. Nessa mesma linha, "Woodpecker From Mars", antecipa o caos sonoro que se espera ao misturar o modo frígio, levadas orientais, strings e baixo no melhor estilo Motown- se é que essa frase apresenta o mínimo de coerência inteligível!

Os hits radiofônicos estão lá: "Epic", "Falling To Pieces"e "From Out Nowhere" mostravam que o caminho midiático não precisavam da banalidade e do oportunismo dos dias atuais: a cargo do excelente JIM MARTIN as guitarras soavam sólidas e robustas como nos anos 70; mas carregadas de apelo e feeling inimagináveis para a poça de desinteresse e banalidade que tinha início naqueles tempos.

Se você acha que o RED HOT é o supras sumo da porraloquice dos anos 90, escute esse disco e reveja seus conceitos.


 http://whiplash.net/materias/cds/162062-faithnomore.html#ixzz4HvL19O2H 
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Autor Mayumi Ohasi

Mayumi Correa Ohasi, nasceu em 10 de março de 1996 na cidade de Himeji-Japão. Começou faculdade de Designer Gráfico mas trancou no 2° semestre. Administradora do site Mayumi Ohasi e HM Rock Reviews.

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