Dirt - Alice in Chains

ImagemDirt foi lançado há exatos vinte anos e ainda soa contemporâneo, irretocável e influente. Talvez por ser uma das únicas bandas do movimento Grunge que não estão presas ao gênero. Se tivesse surgido em outra época, o Alice In Chains seria facilmente categorizado como Heavy Metal.
Assim como Dirt teria sido considerada a sua obra-prima independente de ano de lançamento.
O álbum se diferencia por ser carregado. A atmosfera do Alice In Chains é carregada de costume, mas nunca foi tão carregada (nem antes, nem depois) como em Dirt. O contexto no qual os integrantes estavam inseridos – principalmente os problemas pessoais de Jerry Cantrell, o vício em drogas de Layne Staley e os problemas com álcool de Sean Kinney e Mike Starr – geraram letras densas, depravadas e viscerais, abordando temáticas que giravam entre distúrbios psicológicos como depressão e conduta anti-social, guerra, morte e, claro, abuso de drogas (seis das treze faixas falam sobre drogas).
Obviamente, tudo isso se refletiu na musicalidade de Dirt. O título da obra (“sujeira”, em tradução para o português) faz jus a este aspecto. Os riffs, as melodias e os solos de Jerry Cantrell se apresentam carregadíssimos de melancolia. Soa como um Tony Iommi reinventado e, porque não, “modernizado”.
Aproveitando que o paralelo com Black Sabbath foi estabelecido, ressalto que, ao meu ver, Layne Staley lembra Ozzy Osbourne. Não em técnica ou em extensão vocal, pois considero Staley muito mais habilidoso que Osbourne, mas em sentimento e capacidade de interpretação. O feeling empregado em suas vocalizações é algo raro, assim como o Madman dos tempos áureos de Sabbath. Seja depravação, desespero ou qualquer sensação que Layne pretendia transmitir, é devidamente repassada através do microfone, com a ajuda das dobras vocais do também excelente vocalista Jerry Cantrell.
Apesar de pouco citada e reconhecida, a cozinha colabora muito para o clima e a proposta de Dirt. Mike Starr e Sean Kinney, respectivamente baixista e baterista, demonstravam entrosamento em suas execuções. A simplicidade e crueza das linhas de baixo e bateria, aliadas à boa produção e equalização do produtor Dave Jerden e seus engenheiros de som, dão o pano de fundo tenso necessário para o som aqui objetivado.
Dirt foi um sucesso de vendas e de crítica. Os “especialistas” aclamaram o play em canais de comunicação enquanto a base de fãs simplesmente crescia à medida que os singles de “Would?”, “Them Bones”, “Angry Chair”, “Rooster” e “Down In A Hole” (nesta ordem) eram lançados. Estima-se que, até os dias de hoje, mais de 3,5 milhões de cópias do álbum tenham sido vendidas apenas nos Estados Unidos, chegando ao 6° lugar das paradas norte-americanas em sua época de lançamento. Fora as certificações de disco de platina e ouro no Reino Unido e no Canadá, respectivamente.
Resgatando o que foi dito no segundo parágrafo: vinte anos exatos após seu lançamento, Dirt permanece soando contemporâneo, irretocável e influente. A obra-prima do quarteto de Seattle, que já teve duas vítimas fatais do abuso de drogas. Não apenas genial e musicalmente perfeito: Dirt serviu de alerta para o futuro do Alice In Chains



 (Resenha - Dirt - Alice In Chains) http://whiplash.net/materias/cds/164314-aliceinchains.html#ixzz3hgwFfrDy
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Autor Mayumi Ohasi

Mayumi Correa Ohasi, nasceu em 10 de março de 1996 na cidade de Himeji-Japão. Começou faculdade de Designer Gráfico mas trancou no 2° semestre. Administradora do site Mayumi Ohasi e HM Rock Reviews.

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