Arctic Monkeys - AM

ImagemEm entrevistas durante o processo de gravação da bolacha, Turner levantou a lebre de que o Black Sabbath seria uma das influências do grupo para este novo trabalho – o que, obviamente, faz todo o sentido, já que esta sempre foi uma banda dividida entre o pop britânico em sua essência e o rock mais pesado (na medida do possível, claro). É possível sentir a densidade nas faixas que abrem o disco. Depois da gostosa introdução pop com a graciosa "Do I Wanna Know?" e seu refrão irresistível, eles mostram as guitarras encorpadas meio setentistas, a la stoner, em "R U Mine?" e até mesmo em "One For The Road" (uma espécie de "o que aconteceria se os Bee Gees resolvessem fazer uma canção indie roqueira?"), os grandes momentos do disco. Até aí, tudo bem. O problema começa a partir de "Arabella", que é quando o álbum dá uma virada sonora e conceitual. Aí complica.
Além de mencionar o Sabbath, o vocalista dos Arctic Monkeys também listou Outkast e Aaliyah como referências para "AM", o que coloca o R&B no caldeirão sonoro do grupo e estende sua atuação para um novo (e arriscado) território. Gosto muito de bandas que se arriscam fora de sua zona de conforto, de verdade. Mas, honestamente, o quarteto não consegue executar plenamente o que promete neste quesito. E até que eles tentam bem, se esforçam de verdade – como mostra o baixão black e chapado de "Why Do You Only Call Me When You're High", canção que tem um dos títulos mais divertidos do ano, mas que tenta, tenta, tenta e simplesmente não decola. "No. 1 Party Anthem" até que tenta te conquistar com seu pianinho sacana, herdado das melhores baladas de Lionel Richie, mas falha no meio do caminho. E "Snap Out of It" até que te faz bater o pézinho com sua vibração dançante, mas não chega a ter a energia contagiante do inteligente e divertido disco recém-lançado pelo Franz Ferdinand, por exemplo. Falta gás. Falta pique. Falta dar aquele salto que faz uma música sair do "música bacana", do tipo flat, para "música BEM legal", do tipo que não vai sair da sua playlist pelas próximas semanas.

Num ano de grandes discos vindos da Terra da Rainha, os Arctic Monkeys chegam com um álbum que é apenas metade bom. E isso é apenas metade do que eles poderiam oferecer. E metade do que os fãs esperariam da banda.



 (Resenha - AM - Arctic Monkeys) http://whiplash.net/materias/cds/192718-arcticmonkeys.html#ixzz3iSFC3HkW 

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Autor Mayumi Ohasi

Mayumi Correa Ohasi, nasceu em 10 de março de 1996 na cidade de Himeji-Japão. Começou faculdade de Designer Gráfico mas trancou no 2° semestre. Administradora do site Mayumi Ohasi e HM Rock Reviews.

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